Perigos da vaidade excessiva
         
         
         
         
         *o texto está registrado de acordo com a Lei 
         de Direitos Autorais
         
         
         Publicada na Folha da Bahia
17/10/2009
17/10/2009
         
         Quando a vaidade 
         se torna mais que um pecado capital e passa 
         a prejudicar a saúde da mulher 
         
         
         Em 2008, mais de 
         600 mil cirurgias plásticas foram realizadas 
         no Brasil. A célebre frase de Vinícius de 
         Morais: “As muito feias que me perdoem, mas 
         beleza é fundamental” é uma das ideias que 
         causam suas influências na mentalidade 
         feminina no que se diz respeito à vaidade. 
         Se a aparência não estiver perfeita sobre os 
         padrões estabelecidos pela maioria, então há 
         algo de muito errado que precisa ser 
         corrigido.
         
         Partindo desta 
         premissa ilusória, milhares de mulheres 
         buscam todos os anos os consultórios de 
         cirurgiões plásticos. Em 2008, foram 629 mil 
         cirurgias, dados da Sociedade Brasileira de 
         Cirurgia Plástica, sendo a maior parte de 
         cirurgias estéticas.
         
         Não há nada demais 
         quando se quer diminuir um “pneuzinho” ou 
         quando o desejo é fazer uma blefaroplastia 
         (cirurgia plástica nas pálpebras). O 
         preocupante é quando essa necessidade 
         intensa de modificar o próprio corpo se 
         torna uma obsessão, ou seja, quando se torna 
         um distúrbio psíquico denominado Transtorno 
         da Imagem Corporal.
         
         Além das cirurgias 
         plásticas, alisamento progressivo dos 
         cabelos, bronzeamento artificial e horas em 
         academia são procedimentos mais aclamados 
         pelo público das mais vaidosas. As 
         consequências para o excesso dessas ações 
         podem ser desastrosas.
         
         A paulista Ariane 
         Rodrigues, 23 anos, sonhava em ter cabelos 
         lisos e se livrar para sempre da chapinha e 
         do secador. Submeteu-se num salão de beleza 
         a uma escova progressiva com formol, um 
         produto perigoso, apostando que voltaria 
         para casa com fios brilhantes e resistentes.
         
         Resultado: 
         gânglios inflamados durante quatro dias. 
         Dores fortes de cabeça, náuseas e feridas no 
         couro cabeludo. Ariane teve de ser internada 
         e ficou em observação durante seis horas. 
         Precisou tomar remédios durante 20 dias e as 
         madeixas lisas só duraram duas semanas. A 
         estudante ainda perdeu 50% do volume do 
         cabelo. Os fios partiram-se e ficaram 
         desbotados.”
         
         A psicóloga Olga 
         Tessari, que atua em São Paulo, debate em 
         seu site oficial www.ajuademocional.com 
         sobre o excesso da vaidade e cita casos que 
         assombram. Há o caso de uma nutricionista 
         que, ao atenuar a linha de expressão ao 
         redor dos lábios, sofreu problemas com o 
         Meta Crill, produto usado para o 
         preenchimento. “Ele se deslocou do local 
         aplicado e formou dois nódulos nos lados 
         direito e esquerdo dos lábios. Anos depois, 
         surgiu uma inflamação terrível. Há mais de 
         um ano, ela toma anti-inflamatórios e já 
         passou por uma cirurgia para a retirada de 
         um abscesso”, explica Olga Tessari.
         
         A necessidade 
         constante de se ver melhor diante do espelho 
         faz com que adolescentes de São Paulo gastem 
         uma fortuna com roupas de grifes. “O que 
         estimula é a aparência”, afirma a psicóloga. 
         “O adolescente é muito influenciável. 
         Submete-se a cada situação por achar que 
         nada vai lhe acontecer. Não mede 
         consequências.” Olga Tessari lembra ainda 
         que a maioria das mulheres passa pelo 
         processo da depilação com cera mesmo sabendo 
         as dores que vai enfrentar.
         
         Ser vaidoso não é 
         um erro. O excesso de vaidade é que pode 
         prejudicar a qualidade de vida de quem entra 
         erroneamente na paranóia de estar sempre 
         “perfeito”. Como o caso da socialite 
         norte-americana Jocelyn Wildenstein, que 
         teria gasto 2 milhões de libras, o 
         equivalente a R$ 6 milhões, com cirurgias 
         plásticas. Jocelyn deformou o próprio rosto 
         e tornou-se uma aberração.
         
         Para piorar a 
         situação dos aficcionados por plásticas, 
         levantamento do Conselho Regional de 
         Medicina de São Paulo mostra que, dos 
         médicos que cometeram erros nas cirurgias e 
         que foram processados, apenas 6% eram 
         especialistas.
         
         “É um mito social. 
         Por exemplo, a jovem pensa: para eu ser bem 
         aceita, preciso de roupas caras, 'estilosas', 
         corpo igual aos das atrizes de televisão. 
         Ela precisa entender que não há necessidade 
         de seguir os ditames da moda para ser feliz. 
         Cada uma precisa se aceitar como é e não se 
         deve seguir um padrão”, diz Olga Tessari. 
         “Quantas meninas não se depreciam ao se 
         vestir com roupas decotadas e quantas não 
         possuem dinheiro para manter toda essa 
         vaidade. É preciso se aceitar. Ter 
         auto-estima. Aprender a lidar consigo 
         mesma.”
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